Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Marcos Resende Poemas

Marcos Resende Poemas

Convite

Índice Poema ◦ Índice Geral

 

Morena e baixinha,
sorriso infantil,
carinha tão linda,
tão lindo é o amor.

queria falar-te
que a vida é de auroras
(embora eu não creia
que seja só disso).

Queria contar-te
que, junto comigo,
será tudo belo,
será tudo azul.

Queria mentir:
dizer que o amor
será nossa chave
do armário de doces.

Pra que te enganar,
se nada é assim?
Mas, pra que turvar
teus sonhos meninos?

Morena mocinha,
eu gosto de ti;
porém, não garanto
que seja isto amor.
Mas gosto de ver
teus olhos graúdos,
tua boca incansável
falando de festas.

Mocinha menina
te posso ensinar
que, quando o amor nasce,
acende uma estrela,

que o amor é mais branco
que aquele vestido
que usaste no baile
de teus quinze anos.

Menina morena,
não vou te enganar:
o amor é mais sério,
o amor é mais vivo

e mais grandioso
que tudo que leste,
com olhos acesos,
nos livros de amor.

Provoca feridas
que nunca se curam,
destroi corações
que nunca renascem,

sepulta sorrisos
em copos e fumo,
de róseas auroras
faz negros crepúsculos.
Mocinha morena,
mulher que desperta,
botão que abre as pétalas
e nasce pro amor,

me dá um sorriso
daquele inspirado,
depois me responde
se gostas de mim.

Se gostas, prometo
que te adorarei,
trarei as estrelas
bem perto da gente,

direi que és bonita,
direi que sou teu,
e o que me pedires
porei na tua mão.

Passamos no bar,
te compro um sorvete
e invento lorotas
pra te tapear.

Direi ser a vida
de creme e baunilha
e que este sorvete
não vai se acabar.

Menina mocinha,
porquinho-da-índia,
embrulha teus sonhos
e vamos andar.
A lua é tão branca,
tu és tão morena.
A lua não gosta
de banhos de mar.

Caminha comigo.
Parou o relógio.
A noite é infinita
e cabe em dois peitos.

O amor é tão grande.
O tempo é tão grande.
Tu és tão pequena,
tão cheia de sol.

Morena baixinha,
a vida é de farpas,
mas, junto de ti,
será bem melhor.

Embrulha tua roupa,
embrulha teus sonhos
que eu peço pra lua
não ir se deitar.

Varginha, 1967


Índice Poema

Poemas

  •  
  • Pesquisar

     

    Marcos Resende