Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Marcos Resende Poemas

Marcos Resende Poemas

Odes a Cyara 06

Índice Poema   Índice Geral

 

Cyara, este é o último poema que me inspiraste:
canção de adeus ― canção de despedida,
canção de um amor-titã que hoje terminou.

Cantei os teus louvores e, se mais pudesse,
de novo os cantaria, foste grande em tudo!
Mas eu, cantor-cigano, sou volúvel, nômade...
E o meu amor-cigarra rompeu-se nos meus cantos.

O nosso amor floriu na verde primavera!
tornou-se, no verão, robusto, gigantesco,
mas, definhou no outono ao cair das folhas.

E hoje, que é inverno, sofro o seu findar;
meu coração é gelo; minha pena, tumba
onde se enterram todas as minhas crenças.

Cyara,
obrigado!
Obrigado por teus olhos, tua boca, por tua alma;
obrigado pelo amor que, enquanto esteve ardente,
foi pelo, imenso, agradável e bom.

E eu, que sendo homem, trago nos meus passos,
erros sem limite, feitos sem pensar,
te peço: ― Perdoa-me!
É um coração fogoso que não sonha muito
e parte a cada ano para um novo amor.

Cantei os teus louvores e, se mais pudesse,
de novo os cantaria, foste grande em tudo!
Mas eu, cantor-cigano, sou volúvel, nômade...
E o meu amor-cigarra rompeu-se nos meus cantos. 

São Paulo, 1966 

Índice Poema
   Índice Geral

Poemas

  •  
  • Pesquisar

     

    Marcos Resende